Texto devocional - O Testemunho de um Ladrão (Parte 2)
Paz do Senhor,
Hoje vamos dar continuidade ao texto "O Testemunho de um Ladrão."
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Então vamos lá!
Alguém
grita “que o sangue deste, caia sobre nós e nossos filhos!”. Estão querendo matá-lo
a qualquer custo, por quê? Ouso gritos “crucifica-o”, “crucifica-o”. Acho que o
governador não quer matá-lo, acredito que o governador vai dar a sentença e por
causa da páscoa vai libertar o galileu. Mas algo me assusta, “fora com este!
Solta-nos Barrabás!” e novamente ouso a expressão “crucifica-o”. Barrabas corre
até as grandes da cela, uma comitiva de soldados puxam-no e levam para fora das
masmorras romanas e ganha a liberdade. Por fim alguém diz, o governador está
lavando as mãos. Então não há culpa, não há crime, não há delito, apenas inveja
e maldade da parte dos sacerdotes.
Uma
revolta cresce dentro de mim, agora entendo o que diz meu companheiro de cela, ele
deseja sair e continuar fazendo o que sabemos fazer, roubar, matar, violentar.
Não há justiça, não há misericórdia, não há amor.
Vejo
os soldados chegando com muita violência, chegou a hora. O meu desejo é lutar,
brigar, matar alguém, mas a força romana é mais poderosa que meus intentos.
Jogam uma cruz em minhas costas, nas constas do meu companheiro de morte,
quando saio vejo um homem desfigurado pelas chibatadas, com um manto purpura
ensanguentado, preso em suas feridas. A coroa de espinhos está cravada em sua
fronte e para piorar colocam uma cruz em suas costas. O galileu lidera a
comitiva de morte, pelo caminho que estão nos levando, parece que vamos ao
gólgota, muitos já morreram ali, fica bem na entrada da cidade.
O
galileu tomba várias vezes, acho que ele não vai conseguir levar a cruz até o
monte calvário. Há uma mistura de choro e insultos, alguns pranteiam, outros
jogam coisas no nazareno. Mulheres batem no peito, outros queriam bater no Rei
dos Judeus.
Rei?
Essa palavra não combina com a cena que estou presenciando. Como um rei pode
ser tratado assim pelos seus súditos? Rei?! Como este homem pode ser Rei?
Rei... quem sabe... Começo a delirar, ao rei cabe o perdão das ofensas
cometidas pelo povo. Há! Se ele fosse um rei eu queria uma única audiência com
este. Mas infelizmente, ele está indo para o mesmo lugar que eu vou e não há
esperança para nós.
Alguém
grita, o galileu caiu! Os soldados gritam mandando ele se se levantar, mas a
cruz é muito pesada e as forças do nazareno estão muito limitadas. Um soldado
romano olha em meio à multidão e obriga um homem a carregar a cruz do nazareno,
por sua cor, parece ser um dos moradores de Sirene. A caminhada continua e já
dá para ver o gólgota.
Estamos
nos aproximando do lugar da execução, meu coração dispara, minha boca seca o
medo invade a minha alma. Todas as cruzes são lançadas no chão e dão inicio a
sentença, pregos nas mãos, pregos nos pés, cravam-nos no madeiro, as dores são
insuportáveis, mas o galileu esta em silencio, parece com uma ovelha muda sendo
tosquiada, ele não abriu sua boca. Levantam-nos, ficamos suspensos, nossos
destinos estão traçados. A vista da cruz é turva e curiosa, autoridades
blasfemam, soldados escarnecem e o povo assiste. Ouso alguém dizer “não salvou
os outros, salve-se a si mesmo se é o Messias”? Eu me pergunto a mesma coisa,
mas quando olho para a cruz do meio e tento ver como o galileu vai reagir.
Quando estou tentando ver seu rosto, percebo uma tábua em cima de sua cabeça,
noto que há uma inscrição, sei que há algo escrito em grego, romano e hebraico,
fico a me perguntar, por quê será que escreveram nas três dais maiores línguas
e em um lugar onde todos irão poder ver? Tento ler e estremeço quando entendo a
mensagem “ESTE É O REI DO JUDEUS”. Como assim ele é Rei? Certamente o
governador autorizou que escrevessem isso, e se não é verdade, como os
sacerdotes não fizeram nada? Rei dos Judeus?
Rei!
Estou perto de um rei, na verdade estou bem perto do Rei. Ele pode perdoar pecados, então Ele não é
apenas um rei, com o poder de perdoar, Ele é O Rei de Israel.
Enquanto
estou em meio as minhas vagueações, ouso meu colega de cela gritar, será que
ele sabe de algo? Será que ele quer uma segunda chance? Será que ele vai fazer
uma petição? Fico tentando ouvir sua voz e minha alma se desespera quando ouso
seu pedido. Não és tu O Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
Continua . . .
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