A VERDADEIRA INTROSPECÇÃO
“E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Sl 139.24
Você já notou uma casquinha de feijão nos dentes de alguém enquanto a pessoa sorria para você? É uma situação constrangedora e necessita que alguém use de misericórdia e socorra o sorridente desatento.
Em uma situação dessas, fica-nos a pergunta, mas será que ele não teve o cuidado de escovar os dentes ou pelo menos se olhar em um espelho para evitar uma situação embaraçosa? E a resposta é que às vezes somos descuidados com nossos tropeços, por não investirmos na auto-avaliação.
A auto-avaliação ou introspecção é a ação de olhar para dentro de nós e ver se precisamos, como no exemplo, limpar os dentes antes de sorrir, espiritualmente falando, é a atitude de viver nos policiando para que não venhamos dar brechas ao maligno e viver uma vida de santificação constante diante do Senhor.
A introspecção é um tema que apesar de ser muito falado talvez seja pouco compreendido, ou pior, falte-nos mais detalhes para aprimorar esse comportamento tão necessário na vida cristã. Este tema é tão importante que somos instigados em todos os cultos de Santa Ceia a examinarmos a nós mesmos (I Co 11.31,32).
A atitude de examinar-se a si mesmo, ou auto-avaliação/introspecção, é um exercício fundamental para a manutenção da espiritualidade e intimidade com o Senhor. Um cristão verdadeiro vive em constante estado de auto-avaliação, observando sua fidelidade para com O Senhor, nunca confiando em suas obras, mas obedecendo a instrução do apóstolo Paulo em I Co 11. 31, 32 que deveríamos “julgar a nós mesmos para não sermos julgados com o mundo”. O apóstolo Paulo deixou claro que quando vivemos nesta dinâmica de vida espiritual, não seremos julgados com o mundo, e sempre seremos disciplinados pelo Senhor.
E aqui temos um grande problema que é saber se estamos sendo sinceros conosco, se não estamos nos enganando a nós mesmos, tentando nos justificar, quanto aos nossos erros em detrimento dos demais. Muitas vezes somos tentados a comparar os nossos erros pessoais com os erros dos outros, e fazer vista grossa ao aceitar nossa condição, por não estarmos fazendo o mesmo que outra pessoa esteja fazendo.
Temos a tendência de ser infiéis em nossa avaliação pessoal e ponderarmos sobre nossa aparente justiça, quando mensuramos nossas ações com as ações dos demais, tirando o foco de Cristo como nosso modelo maior e colocando o nosso foco em pessoas, tão pecadoras quanto nós. Apesar de ser um ato de pura soberba, fazemos isso sem sequer perceber, e logo comprometemos nossa espiritualidade devido nossa vaidade e incapacidade de conseguir enxergar nossos reais pecados.
Mas quando olhamos para o pedido do salmista no salmo 139 com cuidado, fazendo as devidas observações e nos humilhando ao Senhor Espírito Santo, pedindo que nos ilumine, vemos que o autor sagrado reconhece que a verdadeira introspecção passa pelo crivo do olhar do Senhor.
Em seus versos o salmista reconhece que o Senhor sonda todas as coisas, e sabe nossas REAIS intenções, sabe como estão as nossas fontes de valor, as quais regem nossas decisões, ou seja, O Senhor conhece nossos corações, conhece as verdadeiras motivações da nossa alma, e assim de forma bem pedagógica, o autor relata como O Senhor interage com nossas vidas.
Neste salmo em estudo, podemos enxergar algumas lições sobre auto-avaliação que podem nos esclarecer e despertar ao cuidado maior com este tema, então vejamos:
Ele nos sonda – Ele nos vê além das aparências;
Ele nos conhece – Sabe todos os detalhes de nossas histórias;
Ele sonda nossos pensamentos – O Senhor vai no íntimo de nossas construções de pensar;
Esquadrinha nosso andar e deitar – Fala do proceder em todas as áreas;
Conhece TODOS os meus caminhos – Sabe os reais motivos de nossas decisões (caminho aqui é procedimento de vida);
Todas as nossas palavras são conhecidas – Como ele sonda nosso pensar, logo sabe também o que vamos falar;
O Senhor nos cerca – Não há um aspecto de nossas vidas que O Senhor não esteja atento e não conheça;
O Salmista se assombra com tamanho conhecimento e profundidade, chega a concluir que não há a menor possibilidade de nos esconder do Senhor, não dá para fugir de sua presença. Por este motivo ao fazer sua introspecção ele declara que não confiar em seu julgamento próprio e solicita de forma muito sábia “vê se há em mim algum caminho mau...”, ou seja, ele pede que O Senhor faça a avaliação de sua alma, que O Senhor dentro de seu olhar santo e misericordioso faça a análise dentro de seus preceitos.
Que pedido! Que coragem! Quem conhece O Senhor sabe como tal pedido vai nos revelar coisas que nunca desejaríamos encontrar em nós, por outro lado, não há uma forma mais eficaz de limpeza espiritual, do que deixar que O Senhor nos esquadrinhe.
Além de pedir que O Senhor lhe observe por dentro, o autor sagrado faz um outro apelo ainda mais lindo “...guia-me pelo caminho eterno.”, glória a Deus!!!! Que solicitação, que pedido! O Salmista não deseja apenas saber onde errou, o que deve evitar, quais coisas deve abandonar, mas principalmente, ele deseja aprender de que modo ele deve andar.
Que possamos fazer estes mesmos pedidos, que possamos nos debruçar na misericórdia do Senhor e confiar em sua graça para nos avaliar e nos manter seguros, inclusive nós mesmos. Este processo aqui desenhado neste salmo é chamado de santificação ou mesmo de consagração, ou seja, o abandono das velhas práticas e um caminhar novo em direção à vontade de Deus.
Que possamos viver com este desejo e proceder, pois certamente assim jamais nos afastarmos do CAMINHO ETERNO.
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