Parábola da ovelha perdida, um comentário devocional!




E ele lhes propôs esta parábola, dizendo:

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?

E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; 

E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Lc 15.3-7 


Na estrutura social dos tempos de Jesus havia os religiosos (Sumo sacerdote, sacerdotes, escribas, fariseus, saduceus, zelotes, essênios, herodianos, etc) e o povo simples como pescadores, agricultores ou criadores de animais domésticos como criadores de porcos e por fim os pastores. Certamente quando Cristo menciona esta parábola Ele tinha a certeza que seus ouvintes já tinham visto alguma vez um pastor em ação ou mesmo tinham ouvido um pastor se lastimando da perda de uma de suas ovelhas. Quando uma ovelha se desprendia do rebanho, ela ficava exposta aos seus inimigos naturais dentre eles podemos citar lobos, leões da montanha ou mesmo ladrões. A ovelha por ser um animal gregário quando se separa do rebanho fica deitada no chão, imóvel, esperando pelo pastor. Para o pastor que acompanhava a ovelha desde seu nascimento até seu abate, ver que alguma não estava na contagem diária era uma grande tristeza, assim ele deixava as 99 no curral e empreendia sua jornada.

A referida parábola além de aparecer no evangelho de Lucas, também aparece no evangelho de Mateus (18.12-14), e podemos observar algumas peculiaridades, em Mateus ela parecer um pouco mais sucinta e algumas circunstâncias são omitidas. Mateus diz que o pastor deixou as ovelhas nos montes enquanto que em Lucas as ovelhas são deixadas no deserto. Outro fato é que Lucas dá mais detalhes, quando ele diz que o pastor colocou a ovelha nos ombros, cheio de júbilo, Mateus diz apenas que o pastor se alegra. Lucas é mais detalhista ainda e chega a falar sobre uma festa que foi promovida pelo pastor por tamanha a alegria de ter recuperada a ovelha perdida. Ambos os evangelhos citam a aplicação de Jesus mencionado a importância da ovelha para o pastor em detrimento das 99 que ficaram no curral.

Podemos ver que está é uma parábola que pode ser caracterizada como autêntica, devido alguns fatores como a utilização de um fato comum do dia-a-dia e vermos que os verbos utilizados estão no presente, fato este que mostra que o acontecimento é algo corriqueiro. Nela podemos ver o grande amor de Deus pelos perdidos (Jo. 3.16; Rm 5.8) ao ponto de investir uma ida até onde a ovelha está (Lc. 19.10), e em seus ombros conduz para um lugar seguro. Todo este contexto fala do processo da redenção e a ação soteriológica de Deus. 

Uma parábola muito conhecida por todos, até as crianças conseguem visualizar a pobre ovelha e o pastor indo a seu encontro, revelando seu cuidado e amor pela ovelha desapercebida. Hoje é notório este amor quando Deus em sua grandiosa graça concede ao homem a reconciliação mediante o grande sacrifício de Cristo. 

A morte do filho de Deus é a maior prova do amor de Deus (Rm 5.7-8). Cristo já tinha mencionado que os homens eram como ovelhas sem pastor, mas que ele seria o bom pastor que daria a vida pelas ovelhas e por este amor fomos alcançados e salvos do nosso inimigo, temos nossas chagas saradas e por fim seremos conduzidos ao lar eterno para estar com aqueles que já estão nos esperando.

Paz de Cristo!

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